Roma, 2021

Umberto Tozzi tinha razão na letra e na emoção porque Roma é um verso de história eterno. Cada recanto é tão poderoso como perpétuo, são arrepios constantes que nos levam sempre ao início.

Roma são gargalhadas numa esplanada coberta de gente entre Aperol e Peroni e uma língua que se canta; pessoas despachadas e próximas, com humor e sentido sem que este venha mesmo pela ordem certa. E se dermos um pontapé aparece um monumento.

As ruas coloridas pelo tom do barro e o salmão cintilam charme e a certeza de que tudo ali está no sítio certo com as piazzas majestosas pelas habituais praças.

Roma entranha-se no imediato e depois apaixonamo-nos perdidamente entre o espanto e o detalhe; como aquele bem no coração de Roma, que tinha Alfredo a fumar à janela; e depois de lhe pedir licença para o fotografar, me pergunta de onde sou para exclamar: “Amo il Portolgallo perche ci sono à Pessoa” e imaginam o bonito que pode soar de um Italiano o nome de Fernando Pessoa? É poesia à janela.

Do Coliseu a Trastevere, a cidade é tão graciosa como imponente, deslumbra pelo encanto e por cada símbolo do Império Romano que se ergue por todas as colinas e praças em ruínas imperiais.

É uma cidade única, vestida de personalidade e notas musicais que se falam e conversam.

E como escreve, Silvio Negro:
“Roma, no basta uma vita”.